Montanha Colorida ou Rainbow Mountain: não deixe de ir!
Antes de visitar a Rainbow Mountain no Peru, conheça os nomes pelas quais é conhecida: Montanha Colorida, Vinikunka, Vinicunca, Montaña de Siete Colores e Montaña de Colores.
Eu pesquisei muito antes de ir. E descobri alguns relatos que falavam mal do passeio (!!!).
Eu vou confessar: poucas vezes fiquei tão eufórica e feliz ao superar as dificuldades e conhecer um lugar de beleza impressionante.
Você pode ver minhas fotos no topo pra ver que os sorrisos comprovam minha felicidade.
Como ir à Rainbow Mountain?
Nós contratamos uma empresa um dia antes, lá em Cusco mesmo. Pesquisamos bastante, até pensamos em fazer um tour privado, mas seria U$ 50 por pessoa (R$ 254), enquanto um tour compartido saiu por 80 soles por pessoa, ou R$ 106.
Não contrate a Inka Summits
Optamos pelo tour compartilhado, mas definitivamente NÃO RECOMENDO A EMPRESA que contratamos. Chama Inka Summits e fica no bairro de San Blas, em Cusco. Veja o tanto de informação enganosa que o vendedor nos passou:
- eles falaram que iríamos de van com cerca de 15 pessoas. Fomos de ônibus com 35 pessoas;
- falaram que teríamos acesso a guia e balão de oxigênio, se necessário. Eram tantas pessoas que o grupo se dispersou e eu só vi o guia quando já estávamos no cume. Se tivéssemos precisado de oxigênio, ficaríamos ao Deus dará;
- quando compramos, o vendedor disse que teríamos um tempo de subir até o Vale Vermelho. Já no ônibus, o guia falou que não iríamos até lá;
- o vendedor disse para não levarmos casacos muito pesados, que não fazia tanto frio. Ainda bem que não escutamos. A 5 mil metros de altitude, o frio pega mesmo. Leve um casaco forte e bons calçados de caminhada.
Como é o tour à Rainbow Mountain?
O horário combinado para nos pegarem foi às 4h30 da manhã (ui!). Um rapaz nos esperava do lado de fora da pousada em Cusco e fomos caminhando até a praça onde estavam todas as dezenas de vans e o nosso ônibus para Rainbow Mountain.
O ônibus é até mais confortável que a van, mas mais demorado (e com mais gente). Depois de algumas horas de viagem, paramos num restaurante super simples na estrada, foi bom tomar algo quente, tava um frio grande nesse horário. Outras excursões estavam parando no mesmo lugar.
O caminho até a montanha Vinicunca
Depois do café da manhã, o ônibus pegou uma estrada mais tranquila e fiquei IMPRESSIONADA com a beleza do lugar. Paisagens de montanhas com vales e rios e o bônus de ter lhamas e alpacas no caminho.
No caminho tivemos que parar num posto de controle da comunidade indígena que vive perto da montanha. Eles tomaram conta do lugar, inclusive interditando a montanha por algumas semanas antes de irmos, e tivemos que pagar 10 soles cada um para entrar. Já sabíamos disso, então deixe separado o dinheiro em espécie.
Às 8h30 da manhã, chegamos ao estacionamento das vans, ônibus e carros. Gente, é uma multidão! O guia falou que cerca de 1.600 pessoas fazem esse passeio por dia. E pelo número de vans estacionadas, acredito que seja isso mesmo.
No estacionamento tem banheiros. Mas fique tranquilo. Tem mais dois banheiros no trajeto da caminhada. E muitos peruanos vendendo itens que serão importantes na subida, como a açucaradíssima Inka Kola (o refri mais amarelo que existe), chá e folhas de coca para aguentar a altitude.
Atenção com a altitude
Começamos a caminhada a uma altitude de 4.800m (que já é muito). A caminhada dura cerca de 3,5km e chegamos à altitude de 5.036m!!!!
Nós fizemos esse passeio no último dia de viagem ao Peru, já estávamos acostumados à altitude de Cusco, então pode-se dizer que estávamos relativamente bem aclimatados. Não é recomendado fazer o passeio nos primeiros dias de altitude, porque pode passar mal mesmo e estragar o passeio e a saúde.
É muito alto, gente! Nós vamos caminhando bem mais devagar que o normal. Temos que parar várias vezes para recuperar o ar. Isso, quando estamos no caminho quase plano. No final, começa uma subida um pouco íngreme, daí o negócio fica mais difícil. Era bom ter um oxigênio, mas se lembra da promessa X realidade da agência? Não vimos o guia no trajeto. Mas tudo bem, ficamos de boa sem o oxigênio… Mas… se alguém precisasse?
Para quem deseja, vários cavalos estão à disposição para percorrer parte do trajeto, e custa 90 soles (perto de 120 reais). Eles podem ser contratados lá mesmo. Mas eu sinceramente não vi muita vantagem de ir a cavalo, pois eles justamente não vão até o ponto que o passeio fica íngreme. Daí a pessoa vai ter subir a parte mais difícil a pé mesmo.
A caminhada
O caminho é maravilhoso. Muita gente, mas cada um no seu ritmo. Do lado direito, sempre nos acompanhava a grande montanha vermelha (roja), e lá do outro lado dela tem o Vale Vermelho (que não vimos). Mas é uma outra grande caminhada.
E à frente, víamos se formando em nossa frente a Montanha 7 Colores, a Rainbow Mountain. Sinceramente, é tão lindo que nos metros finais eu nem senti o cansaço, só queria chegar e admirar aquilo tudo.
No cume da Vinikunka
Lá em cima, havia filas para tirar fotos sem pessoas na frente, eu não tive essa ilusão, tirei fotos com a multidão mesmo. Vários peruanos levam suas lhamas enfeitadas para que os turistas tirem fotos e deixem alguma propina (gorjeta). Claro que tirei né?
Muito muito lindo. À sua frente, a Montanha Colorida. À esquerda, uma geleira maravilhosa. E à direita, a montanha Vermelha. Como pode alguém dizer que não vale a pena?
Depois, subimos mais um pouco para chegarmos realmente ao cume da Vinicunca, com a placa de 5.036 m sobre o nível do mar. Não foi o lugar mais alto em que já estive, mas nunca tinha feito uma caminhada dessas para chegar nessa altitude. Demoramos quase 2h para caminhar do estacionamento das vans até o cume da Rainbow Mountain. Eu fiquei realmente feliz e eufórica.
Durante o trajeto, eu até tirei o casaco por causa de um calorzinho. Mas lá em cima, o frio pega! Use todas as suas roupas, coloque luvas inclusive. O vento é bem forte!
Encontramos o guia lá em cima e ele só serviu pra dizer que estava na hora de descer hahaha. Descer é bem mais fácil, ficamos cobertos do pó que as pisadas dos cavalos liberavam no ar. Chegamos ao ônibus cansados, pero felizes.
Paramos no mesmo lugar do café da manhã para um almoço super simples mas necessário.
E chegamos em Cusco lá pras 16h30.
Minha opinião?
Com toda a experiência que tive, eu teria escolhido ir em tour privado. Seria bem mais caro, mas teríamos mais liberdade de escolher o horário de saída, e também pegaríamos menos gente no caminho.
De qualquer forma, mesmo com essas diferenças entre expectativa criada pelo vendedor e a realidade do tour, eu recomendo demais conhecer a Rainbow Mountain.
Uau! Deve ser muito legal vencer tantos desafios e apreciar essa beleza! Estive no Peru em 2013 e fiquei muito impactada com os lugares que visitamos. Fizemos um tour privativo de 3 dias. Foi muito bom. Infelizmente estamos sujeitos a essa diferença entre o que é prometido e o que é entregue em todos os serviços. Passei muito mal no primeiro dia em Cusco e acho que não iria me aventurar a subir tanto. Adorei seu post pois viajei sem sair de casa.
Que legal! Realmente, na altitude, a gente tem que respeitar o corpo .