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Mais de 9 mil km de ônibus na América do Sul. Eu já encarei essa!

nov 14, 2017 Adriana Magalhães
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  • Brasília – Porto Alegre – 2.100 km – 25 horas 
  • Porto Alegre – Montevideo – 800 km – 10 horas
  • Montevideo – Punta del Este – Montevideo – 260 km – 4 horas
  • Montevideo – Buenos Aires – 300 km – 6h
  • Buenos Aires – Santiago – 1455km – 19h
  • Santiago – Osorno – 940 km – 10h
  • Osorno – Puerto Montt – Osorno – 260km – 3h
  • Osorno – Santiago – 940 – 10h
  • Santiago – Antofagasta – 1337km – 15h
  • Antofagasta – San Pedro do Atacama – Antofagasta – 626km – 7h

    Total: 9018km

É isso aí, minha gente. O ano era 1997, e a vontade de viajar era bem maior do que a grana. Então pensei: para que precisamos de avião para percorrer 4 países e mais de 9 mil km, se existem os ônibus? Então lá fomos nós: eu, Bruno (que na época era meu namorado) e um amigo nosso, o Glauco.

 

O trecho mais difícil dessa trajetória

A trajetória começou em Brasília rumo a Porto Alegre. Sem sombra de dúvida, o trecho mais cansativo e demorado da viagem. Tudo bem, são 2.100km de ônibus, aquelas paradas o tempo todo que só quem viaja de ônibus no Brasil sabe. Uma demoooooora sem fim. Enfim, Porto Alegre, a primeira parada antes de desbravar pela primeira vez a América do Sul (minha primeira viagem internacional tinha sido um mochilão na Europa dois anos antes, aqui eu conto como foi).

De Porto Alegre a Montevideo são (apenas?) 800km. Era inverno, a gente não tinha grana, ficamos num muquifo que não tem nem classificação, um hotel onde os parentes dos doentes ficam internados, ao lado do hospital. Um horror. Aí, passeamos um dia em Punta del Este, naquele frio insuportável só tinha nós 3 e os cachorros na rua.

Olha como a escultura Los Dedos era detonada em 1997

Mi Buenos Aires queridoooooooo

Minha primeira vez em Buenos Aires, amor à primeira vista. Depois já fui incontáveis vezes à capital argentina. Uma alegria toda vez.

Impressionados com a riqueza de Buenos Aires

a pobretona em Buenos Aires

Naquela vez, o peso argentino era equivalente ao dólar, eles estavam bem de finanças, nós estávamos mal. Então, não tínhamos dinheiro para nada, mas a gente se divertia muito. Mas a falta de grana nos fez ir embora mais cedo…

Buenos Aires 1997

Os ônibus de Chile e Argentina

Muuuuuito diferentes dos nossos ônibus de 20 anos atrás. Os ônibus do Chile e da Argentina, desde aquela época, tinham 2 andares, eram bem mais confortáveis. Nada de parar de 3 em 3 horas, o ônibus tem banheiro e serviço de bordo, com jantar e café da manhã. Para que atrasar a viagem com tanta parada? (Isso me irrita nas viagens de ônibus no Brasil). O conforto varia com o preço, mas posso te garantir que são bem mais confortáveis que o mais barato no Brasil.

Atrapados en la Cordillera

Atravessar a fronteira entre a Argentina e o Chile no inverno é sempre um suspense com possibilidade de perrengue, ou diversão, dependendo do seu olhar.

Isso porque várias vezes a fronteira fica fechada por causa de nevascas na Cordilheira dos Andes. Naquele ano, não foi diferente. No meio dos caracoles (curvas de 180 graus subindo e descendo montanhas), chegou um momento em que não podíamos mais passar por causa da neve. E ficamos ali na estrada, curtindo o momento e a neve, sem pressa e ninguém nos esperando em canto algum. Em algum momento, a neve diminuiu e pudemos passar.

Caracoles entre Chile e Argentina cheios de neve Caracoles entre Chile e Argentina cheios de neve

De Buenos Aires a Santiago são 1455km, mas a duração da viagem é imprevisível por causa da neve. Uma diversão para espíritos aventureiros.

Santiago

Aquela belezura de cenário de Santiago, os prédios altos emoldurados pela Cordilheira, me encantou. Ficamos hospedados na casa de uma mulher que tinha muitos cachorros espalhados por todo lugar. Tudo era festa. Passeamos alguns dias em Santiago e seguimos rumo ao sul, rumo a Osorno, nos grandes lagos andinos.

Santiago, 1997

 

Lagos Andinos

O Chile é um território infestado de vulcões. Coisa mais linda de se ver, imagina: ver um já é demais, ver dezenas é indescritível. O vulcão Osorno domina a paisagem, mas há vários outros por perto.

Corredeiras na região dos lagos Andinos, Chile

região dos lagos Andinos, Chile

Vulcão Osorno, Chile

Vulcão Osorno, Chile

A primeira vez em que esquiei (pelo menos tentei ficar em pé) na vida foi por ali, na estação de Antillanca, localizada num vulcão. Andamos pelos maravilhosos caminhos dos lagos Andinos, entre Osorno, Antillanca, as lindinhas Puerto Montt e Puerto Varas, tudo com um taxista que contratamos. Não lembro de muita coisa, só lembro que foi mara!

De volta a Santiago e rumo ao Atacama

De novo no busu, percorremos o caminho de volta de Osorno a Santiago. Dessa vez, só para pegar outro ônibus e cruzar o resto do país, mais 1337km entre Santiago e Antofagasta, a nossa porta de entrada para o deserto do Atacama. Gente, chegando ao Deserto, acordei de madrugada e achei que tinha desembarcado na lua. Uma terra sem uma árvore, paisagens lunáticas mesmo, um lugar incrível. Me ganhou já de cara esse tal de deserto. 

Deserto do Atacama, 1997

Deserto do Atacama, 1997

Ali em Antofagasta, mudamos de meio de transporte, e alugamos um carro. Seguimos de carro até San Pedro do Atacama, cerca de 300km. Fiquei emocionada com o Deserto do Atacama, fiquei triste porque só passamos 2 dias lá, não deu para aproveitar quase nada daquela imensidão. Ainda bem que em 2013, eu e Bruno voltamos ao deserto do Atacama, veja aqui como foi.

Deserto do Atacama, 1997

Deserto do Atacama, 1997

Deserto do Atacama, 1997

No meio da viagem, recebi um telefonema de minha mãe, dizendo que minha chefe tinha pedido para eu voltar antes, porque ia rolar uma viagem a trabalho (a minha primeira viagem a trabalho da vida). Tudo bem, os meninos me deixaram em Antofagasta, peguei um avião para Santiago e de lá de volta pro Brasil. Eles seguiram caminho para o Peru.

Não me lembro quantos dias gastamos nessa aventura, pelo menos umas 3 semanas, e foi tudo maravilhoso. Hoje acho que não faria novamente, mas com 24 anos, tudo era festa! Foi minha porta de entrada à América do Sul, lugar que amo e que repito várias vezes sem pestanejar. 


 

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