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Vale a pena sair do Brasil com o aumento da COVID?

jan 07, 2022 Adriana Magalhães
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Nossa viagem foi de 13 a 30 de dezembro de 2021, entre Alemanha e Portugal. A viagem estava planejada e paga desde 2020, quando nós 4 passaríamos o verão na Itália, plano abortado por causa da covid. 

Mudamos a viagem para dezembro de 2021, a princípio mantendo a Itália, que não abriu as portas para os brasileiros. Decidimos mudar o destino para a Alemanha e no dia seguinte à mudança nos voos, ficamos sabendo que havia um recorde de casos de Covid na Alemanha. Vários lugares fechando… Putz!

Mudanças de planos

Nosso primeiro roteiro passava pela Baviera… que era o local mais afetado da Alemanha. Tiramos as cidades da Baviera dos nossos planos. Só tínhamos a certeza que passaríamos 5 dias em Berlim, e o Natal no outro lado do país, em Monschau, perto da fronteira com a Bélgica. E no final da viagem, seriam 4 dias em Lisboa.

Reservamos um apartamento em Dresden. O proprietário entrou em contato comigo de forma constrangida pra dizer que eu teria que estar viajando a trabalho ou ter algum contato na região para ele me receber. Eu não tinha nem um nem outro, ou seja, mudamos novamente os planos.

Teste número 1

Para sair do Brasil fizemos o primeiro teste, rápido de antígeno, ainda em Brasília, pagando 75 reais cada. 

Em Berlim, para entrar em qualquer restaurante, lugar fechado, loja, tínhamos que apresentar o certificado de vacina. O bom é que, no primeiro dia em Berlim, numa farmácia, conseguimos transformar nosso QR code do certificado de vacina brasileira para um QR code da União Europeia, que era lido em qualquer lugar, inclusive em Portugal. Isso foi uma mão na roda. Essa transição foi gratuita. Palmas para os alemães.

Mas era MUITO CHATO tirar certificado de vacina e cópia do passaporte da bolsa TODA vez que íamos entrar em qualquer lugar. É muito bom por causa da segurança, mas cansativo para todos. 

Teste número dois

A segunda cidade do roteiro foi Quedlinburg, uma cidade linda totalmente feita com casas estilo Eixamel, aquela bem característica alemã. Lá, a situação da COVID era um pouco pior que em Berlim, e o dono do apartamento que alugamos pediu um teste de COVID dos adultos. Eu e Bruno fizemos um auto teste ainda em Berlim, mostrando pra ele todos os passos em fotos. O segundo teste da viagem. Esses auto testes são vendidos em farmácias e supermercados em Berlim, esse custou uns 3 euros. Depois me arrependi de não ter trazido pelo menos uns 10 pra cá. 

Teste número três

Lá em Quedlinburg, além do comprovante de vacina, estavam exigindo um teste negativo de COVID nos restaurantes. Na praça principal tinha testagem gratuita. Fizemos o teste, tendo dificuldade de encontrar alguém que falasse inglês para nos comunicarmos. Como não conseguimos baixar um APP por que nosso celular brasileiro não baixava, eles nos deram o resultado em 30 minutos num papel preenchido a mão em alemão. Foi de graça. Terceiro teste da viagem. 

Teste número quatro

O terceiro lugar de nosso roteiro foi Monschau, onde ficamos de 23 a 26 de dezembro. Uma cidadezinha especial para passar o natal (nevou um pouquinho na manhã  do dia 25, fiquei emocionada!). A cidade mais linda que eu conheci. Lá, eles só pediam o certificado de vacina. Mas no dia 26 iríamos pegar o voo de Frankfurt para Lisboa, que exigia teste negativo na chegada. Conseguimos agendar um teste gratuito em Monschau na manhã de Natal, dia 25. Estava absolutamente TUDO fechado na cidade, mas esse local de teste estava funcionando. O resultado saiu em 30 minutos e foi mandado para o nosso email em alemão e em inglês. Todos falavam inglês no local do teste. Tudo de graça. Quarto teste da viagem. 

 

Teste número cinco

Em Lisboa, tivemos que mostrar esse teste negativo para fazer o check-in do hotel em que ficamos. Se não tivéssemos esse teste, poderíamos comprar um auto teste em farmácia e fazer na frente do recepcionista. Por essa exigência, quase não tinha mais auto testes nas farmácias em Lisboa. Além disso, teríamos que fazer um teste para voltar para o Brasil no dia 30. Tinha testes sendo realizados em quase todos os pontos turísticos. Muita testagem mesmo, mas tudo com muita fila. Perguntei para uma moça que já estava quase sendo testada no Cais do Sodré, ela me disse que tinha ficado 2 horas e meia na fila (!!!!!). 

Também tinha teste em farmácias que poderiam ser agendados por telefone (!!!!). O Bruno ligou pra umas 15 farmácias e já não havia testes para 2021. 

Achamos um site de farmácias portuguesas, onde poderíamos fazer o agendamento online, e conseguimos uma farmácia que estava totalmente fora de nosso roteiro, no dia 29, mas fazer o quê? Tínhamos que fazer e pronto. No agendamento, a propaganda era que o teste era gratuito para residentes e não residentes. 

Chegamos correndo na farmácia na hora marcada (nos perdemos no caminho) e começamos a preencher uns papéis. Tínhamos que colocar um número deles lá, tipo o CPF, e quando eu falei que não tinha, a atendente muito rispidamente me falou: “vais ter que pagar 25 euros”. Ficamos chocados, argumentamos, mas não adiantou nada. Pagamos os 100 euros pelos 4 testes com muita raiva, eles deviam ter avisado antes. Mas tudo bem… Foi o quinto e último teste da viagem. 

Ah, e os clientes da TAP tinham um teste à disposição no aeroporto por 21 euros (mais baratos do que os 25 que pagamos). Mas eu fiquei um pouco temerosa de chegar lá na hora da viagem e encontrar uma fila quilométrica, ou o estabelecimento estar fechado por algum motivo, então testamos naquela farmácia mesmo. 

Testes negativos para Covid, graças a Deus

Primeiro, eu agradeci muito que todos esses testes deram negativo. Positivar pra covid numa viagem, tendo que pagar hotel para a quarentena e ainda ficar na preocupação com a saúde, ninguém merece). 

É muito trampo, passamos uma grande parte do tempo de nossa viagem envolvidos com isso. Teste, certificado de vacina, tira da bolsa, coloca na bolsa. Tivemos sorte de não ter sido infectados. Mas acho que viagem turística para fora do Brasil quando existe uma alta gritante no número de casos é um grande ponto a se avaliar antes de embarcar. Além disso, a cada dia as regras podem mudar, eles podem fechar as cidades, restaurantes, etc. Então temos que viajar prestando atenção nas notícias. Foi uma experiência, mas não gostaria de repetir. 

 

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