Geyser del Tatio com criança e adolescente
A primeira vez que estive nos Geysers del Tatio, em 1996, a estrada de San Pedro de Atacama para lá era horrorosa, havia poucas vans de turismo, que paravam praticamente dentro dos geysers sem nenhuma segurança. O turismo era quase inexistente no Deserto do Atacama naquela época. Olha aí as fotos dos Geysers em 1996, com a van ao lado das banheiras ferventes e quase ninguém por lá.
Hoje, mais de 20 anos depois, o esquema está bem diferente. Existem pedras no chão para demarcar as áreas próximas aos geysers e impedir os turistas de se aproximar. Mas mesmo assim, não é totalmente seguro, porque alguém louco por selfies pode cair (já aconteceu e foi fatal) e crianças pequenas soltas ali…. aff… E o turismo é muito, muito expressivo.
Saída às 5h da manhã
Os geysers ficam a 80km de San Pedro de Atacama, mas na estrada de terra à noite, isso leva quase 2 horas. Temos que sair de madrugada (a van da empresa Latchir nos pegou na nossa pousada (Hostal Katari) às 5h da manhã) para chegar ao campo geotérmico dos Gyesers del Tatio com o sol nascendo. A van era pequena, para poucas pessoas: nesse passeio dos Geysers só estávamos nós quatro de nossa família mais um casal chileno, além do motorista que também era guia.
Com origem vulcânica, a água fervente que brota da terra dá seu espetáculo mais majestoso no frio dos dez graus negativos (ou menos) do sol que ainda não deu as caras… Quando o sol vai ficando mais forte, as fumarolas ficam menores.
Daí você se prepare e deixe o passeio para os últimos dias. É preciso estar aclimatado pois estará a mais de 4.300 metros de altitude. Na secura do deserto mais inóspito do planeta.
11 graus negativos!!! Que roupa usar?
Nós chegamos aos Geysers del Tatio às 6h30. O sol nem tinha dado as caras, ainda estava escuro. Estava fazendo inacreditáveis 11 graus negativos!!!! Fomos em julho, inverno, mas todas as três vezes em que fui lá peguei MUITO frio. É preciso usar força máxima nas roupas para visitar os Geysers del Tatio.
Eu estava com calça e camisa segunda pele, outra camisa por cima, outra calça por cima, um casaco polar, outro casaco polar e um casaco barravento por cima. Não senti frio no corpo, mas nas mãos e pés sim, eu estava com duas meias e uma luva que comprei na Decathlon, mas que obviamente não eram fortes o suficiente pra enfrentar aquele frio. Eu teria que ter pago mais por luvas e meias melhores.
Saímos da van e começamos a passear entre os geysers. É uma coisa inacreditável ver a força da natureza, cada buraquinho de água fervente com aquele barulhinho inconfundível. E muita, muita fumaça. E vem chegando gente, vans, gente, gente, gente. Quem for com criança pequena, sugiro não desgrudar das mãos. Os meus são maiores, o Léo tava com 11 anos, o Arthur faria 15 no dia seguinte, então com eles é tranquilo. Mas imagino um minuto de desatenção com crianças de 5 anos, por exemplo. Pode ser fatal.
Café da manhã nos geysers
Depois de um tempo passeando entre os vapores ferventes, o corpo não aguenta o frio. Ainda bem que o guia/motorista já tinha organizado nosso café da manhã ao lado da van, em que entrei para me esquentar.
Nas vezes anteriores em que estive lá, eles costumavam cozinhar ovos nos geysers. Agora, por questões de segurança e ambientais, essa prática foi proibida.
Enquanto isso, o sol vai nascendo e a temperatura vai ficando um pouco mais palatável. O espetáculo é incrível para os olhos, uma visão para guardar na memória…
Piscinas térmicas nos Geysers
Lá pras 8h e pouco, fomos de van até umas piscinas térmicas localizadas bem ali pertinho dos Geysers.
Eu tive coragem de entrar lá nas duas vezes anteriores, inclusive na primeira, há 20 anos, quando não tinha cabines para trocar a roupa. Mas dessa vez o frio estava me castigando tanto, que eu não entrei. Do lado de fora, a temperatura devia estar perto de 0 grau. O Bruno e o Léo trocaram de roupa nas cabines e entraram. A água é quentinha, eu coloquei meu pé nela, e o contato do pé gelado com a água quente deixou me pé tão vermelho que achei que tinha queimado.
Não se esqueça de levar toalha. Depois desse mergulho, os meninos disseram que ficaram com menos frio. Vai entender…
Animais no caminho
Voltamos para a van em direção a San Pedro. No caminho, cruzamos com vários animais típicos do deserto. Os zorros, que são umas raposinhas muito fofas (não alimente, mesmo que cheguem bem próximos ao carro), as típicas lhamas espalhadas por todo lugar, e as vicunhas, que são um pouco menores que as lhamas. Também vimos um primo do coelho chamado Viscaya, que tem a pelagem esverdeada, confundindo-se perfeitamente com o ambiente desértico.
Vimos patos caminhando em lagunas congeladas…
Povoado de Machuca
No meio da volta a San Pedro, no meio da terra do deserto, as 20 casinhas de adobe do povoado Machuca se confundem com a natureza. Só a igrejinha no alto do morro parece destoar da paisagem desértica.
A van para lá para irmos ao banheiro e passearmos algum tempinho. Os poucos moradores são criadores de lhama e ultimamente dedicam-se ao turismo. São servidos churrasquinhos de lhama (comi e aprovei). Caminhamos no meio da pequena vila (casinhas muito pequenas, nem sei como dá para entrar) para subirmos na igrejinha. Lembre-se que estamos a 4 mil metros de altitude, então qualquer degrau cansa…
Aproveitei para comprar artesanato de uma senhorinha na cidade e de um moço na igrejinha, para valorizar a população local. Os produtos eram um pouco mais caros do que no centro de San Pedro, mas nada de assustar.
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