Bahia

16 anos no Carnaval de Salvador

mar 02, 2017 Adriana Magalhães
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Isso mesmo… Eu passei 16 carnavais em Salvador. Os primeiros anos totalmente na pipoca… Nas últimas vezes, em Camarote (nunca nos badalados). Só uma vez saí no bloco acompanhando minha amada Ivete Sangalo (e detestei bloco). Vou contar para vocês como o carnaval de Salvador tem mudado nesse tempo todo…

O primeiro carnaval em Salvador a gente nunca esquece

O primeiro carnaval que passei em Salvador foi em 1994, eu tinha acabado de começar a namorar com o Bruno (meu marido). Fomos em turma pequena, umas 8 pessoas, não tínhamos experiência, ficamos longe de tudo, saíamos como loucos querendo curtir todas e não seguíamos programação nenhuma. Já naquele primeiro ano, me apaixonei pelo carnaval da Avenida, o circuito do centro da cidade, do Campo Grande, também conhecido como Osmar.

Escutar a multidão cantando em uníssono as músicas é de arrepiar até os espíritos mais resistentes. Essa multidão me arrebatou naquele ano para sempre.

Já em 1994, reservamos um lugarzinho na pipoca logo nos primeiros acordes dos trios, na Praça do Campo Grande. Esse espaço foi nosso ponto de encontro de uns 10 carnavais com toda a galera que ia de Brasília para Salvador com a gente. Era o tempo da Márcia Freire no Cheiro de Amor, foi o carnaval em que me apaixonei pelo Olodum…

Os carnavais da década de 90

A galera na pipoca do carnaval de Salvador em 1998

Daí, a cada ano, vinham mais amigos curtir com a gente o carnaval, todo mundo na pipoca, uma farra boa que deixa saudades e risadas até hoje.

Me desculpem se não temos fotos, naquela época não era comum levar máquinas fotográficas para a avenida e celular só servia mesmo para falar.

Até meus super animados sogros também eram bons companheiros e não se importavam de ficar umas 10 horas curtindo os trios em pé na pipoca. Naquela época já havia muitos blocos, mas não eram tão cheios e quase não havia camarotes. Ou seja, o carnaval na rua era bem mais tranquilo. O problema era a infraestrutura: também quase não havia banheiros…

Era a época de ouro do Netinho, do Cheiro de Amor, e a Ivete foi chegando com o Eva… sutilmente… 

Primeira década dos anos 2000 no Carnaval

Carnaval no circuito do Campo Grande, em Salvador

 

Nos anos 2000, eu comecei a rarear minhas idas a Salvador no carnaval, pois tive dois filhos, em 2004 e 2007 e fiquei algum tempo sem pular carnaval. Mas o que acho mais importante falar dessa época é que tinha bloco demais!!! Muita gente MESMO saindo atrás de muitos trios. E os camarotes começaram a crescer. Cresceram tanto que começaram a ocupar mais espaço das calçadas. E aí o espaço da pipoca foi se reduzindo. Lá no Campo Grande mesmo, o camarote ocupava a calçada até a pista, ou seja, a pipoca não tinha mais espaço, estávamos cada vez mais apertados. Então tivemos que nos render aos camarotes.Camarote da Central, Campo Grande, Salvador

 

Eu gostava muito de um camarote, o Camarote da Central, que ficava no Campo Grande, bem quando os trios saíam, bem em frente à nossa saudosa pipoca. Ele ocupava um espaço grande em que a gente conseguia seguir o trio do camarote, até fazer a primeira curva.
Camarote da Central, Campo Grande, Salvador

Olha aí uma compilação num vídeo dos meus carnavais em camarote. Em breve, o vídeo completo

 

As comodidades que os camarotes oferecem logo nos encantaram. Banheiros limpos, bebida e comida à vontade, sombra e um espaço para descansar quando o batuque era muito grande. E ficar MUITO perto de nossos ídolos.

As comodidades do Camarote da Central, Campo Grande, Salvador

Ivete no Camarote da Central, Campo Grande, Salvador Chiclete no Camarote da Central, Campo Grande, Salvador Ivete no Camarote da Central, Campo Grande, Salvador Ivete brilhando no circuito Campo Grande, em Salvador

Como o circuito do Campo Grande era meu preferido, eu gostava de ficar num camarote por lá e pular na pipoca na Barra à noite.

 

Seguindo a Ivete no Bloco

A primeira e única vez que fui em bloco nesses 16 anos de carnaval foi em 2010, seguindo a Ivete. Eu amo Ivete Sangalo, adoro as músicas, mas detestei sair no bloco. A gente não conseguia ficar perto dela nem conseguíamos chegar ao carro de apoio para ir ao banheiro, era uma multidão muito compacta e lá fora tinha menos gente. Essa dificuldade me irritou, porque tinha pago R$ 700 e não tinha nem banheiro!!! Daí, uma hora me cansei, saí do bloco para respirar um pouco e tive meu celular roubado (a única vez que me roubaram nesses 16 anos foi quando eu estava com abadá). Ou seja: bloco em Salvador, nunca mais!

Eu e Bruno seguindo Ivete no bloco em Salvador

O Carnaval de Salvador 2017

Pipoca em Salvador 2017Agora em 2017 eu já tinha me conformado em não ir ao carnaval de Salvador. Mas minha irmã e meu cunhado já tinham comprado passagem para ir pro pré-carnaval, que na verdade já é carnaval, começando quinta-feira. Daí, deu a louca, comprei passagem e reservei hotel. Pela primeira vez o Bruno não foi comigo. Ficamos no Porto da Barra, bem pertinho da saída dos trios no circuito da Barra, e ainda dava para pegar uma praia boa de manhã.

Agora em 2017, notei uma grande diferença no carnaval de Salvador, a última vez que eu tinha ido tinha sido em 2013. A primeira e mais deliciosa são os blocos sem corda, uma novidade inexistente há um tempo atrás. Ou seja, segui FELIZ DA VIDA, minha amada Ivete sem corda pelo circuito Barra-Ondina. Não tive nenhum problema, o povo seguia feliz, cantando muito sem confusão.

Ivete no bloco sem corda, carnaval de Salvador 2017
Em seguida, ainda pudemos pegar a pipoca do ícone Luís Caldas e fomos seguindo a “Nega do Cabelo Duro” até o final da Ondina. O duro é voltar todo o percurso a pé, mas tudo bem, ossos do ofício!

No dia seguinte, seguimos Saulo sem corda, na pipoca, outra delícia. Em seguida, veio Bell. Aquilo que você já deve ter ouvido falar da pipoca do Chiclete é verdade: Bell saiu do Chiclete, mas a pipoca não saiu dele. A sorte foi que ficamos atrás dos vendedores de cerveja e seus isopores imensos e maravilhosos, que fizeram uma barreira e nos permitiram ver e curtir Bell no chão, sem sermos incomodados pela sua pipoca.

Outra novidade é que há bem menos blocos. Nada comparado ao início dos anos 2000 que tinha muito bloco com corda o dia inteiro. Agora não. São poucos os que conseguiram se manter depois da crise. Os tradicionalíssimos Cheiro de Amor e Chiclete com Banana não saíram.

A emoção do carnaval continua a mesma. O mesmo encanto dos primeiros carnavais. Só te dou uma dica: se você não gosta de multidão, não vá mesmo para o carnaval de Salvador. Caso contrário, se joga!!!

Eu acho que o Carnaval de Salvador está passando por um momento em que tem que se reinventar. Eu aproveitei e me deliciei com esse momento.

Pulei o carnaval em Salvador somente na quinta e sexta-feira. Sábado de manhã voltei pra curtir os 4 dias de carnaval em Brasília. Ano que vem, quero repetir a dose. Se os blocos forem sair sem corda novamente, você só vai gastar com transporte, hotel e cerveja, que custava inacreditáveis R$ 2 na avenida. 

Será que não vale à pena você arriscar ano que vem?

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