Caminhando nas ruas cheias de cinza em Villa la Angostura
Argentina Guia

Angostura: a beleza sob as cinzas…

ago 06, 2011 Adriana Magalhães
Conte pros seus amigos
Share

Cinzas vulcânicas, no centro de Villa la Angostura, em 2011Quando eu cheguei em Villa la Angostura no último domingo, dia 31 de julho, minha garganta ficou seca. Eu lacrimejei, chorei e quis voltar na hora para Bariloche. Afinal, essa era minha 5ª viagem a Villa, lugar que amo, que ocupa um lugar mais do que especial em meu coração. Mas dessa vez, tudo estava diferente.

Como foi a erupção do vulcão Puyehue

Minhas lágrimas eram por causa da situação deixada pelo vulcão Puyehue, que entrou em erupção no dia 4 de junho. O relato dos moradores de Villa é impressionante: naquele dia, às 4h da tarde, um sábado de sol virou noite em poucos minutos. Em pouco tempo, pedras pomes ainda quentes começaram a cair dos céus. Todas as lojas fecharam suas portas, as pessoas foram para casa e escutaram uma tempestade a noite inteira: a tempestade não era de chuva, mas os trovões, ventos e raios vinham do vulcão. A noite toda caiu areia do céu e no dia seguinte, uma visão desoladora: tudo era cinza. Villa la Angostura, conhecida por ser o jardim da patagônia, havia perdido suas cores e não havia mais o abundante verde: só cinzas, que cobriam casas, ruas e árvores.

A destruição causada pelo vulcão

E o que eu vi naquele 31 de julho era uma consequência disso aí. Em Bariloche, eu tinha me deparado com alguns montinhos de cinzas em algumas ruas, a cidade estava um pouco mais suja, mas era só.

Em Villa, montanhas e montanhas de cinzas espalhadas. Alguns restaurantes e cabanas, feitos com tanto capricho, estavam com cinzas cobrindo o teto, isso porque vários moradores e empresários abandonaram tudo e desistiram de uma limpeza que não tem fim.

Cinzas vulcânicas, no centro de Villa la Angostura, em 2011
Cinzas vulcânicas, no centro de Villa la Angostura, em 2011

Quando eu cheguei na Cabanas la Estancia, onde já tinha ficado hospedada há 2 anos, chorei. O belíssimo jardim em frente as cabanas tinha virado um mar de lama… Olha aí embaixo as fotos, uma de dois anos atrás e outras de agora, para comparar…
Cabañas la Estancia sem cinzas, em 2009

Cabañas la Estancia depois da erupção do vulcão, em 2011

Mas todo dia, dois trabalhadores armados com pás tiravam a cinza do chão e o jardim lindo ainda verde surgia. Nos 4 dias em que ficamos lá, vimos muita mudança. Os donos estão confiantes na volta do jardim antigo. Eu também. Verde é a cor da esperança.

Eu queria de todo jeito ir embora. Mas o Bruno me convenceu a irmos ao centro da cidade. Lá, a situação estava um pouco melhor, a avenida principal está suja (tudo está sujo lá), mas percebe-se que as pessoas estão se esforçando muito para manter limpo. Alguns tetos já não têm cinzas. As lojas funcionam, algumas com até 40% de desconto (promo del vulcán).

Além do mais, nossos amigos natalenses chegaram e disseram que o Cerro Bayo estava ESPETACULAR para esquiar. Tudo funcionando, mas vazio, o que era bom para nós, um bando de iniciantes, sem precisar atropelar ninguém nem ser atropelados nas pistas. E as crianças? Bom, para elas, tudo é festa!

mesmo com cinzas, a neve estava perfeita
mesmo com cinzas, a neve estava perfeita

E além do mais, iríamos passar grande parte do tempo DENTRO das cabanas, cozinhando e tomando vinho, enquanto as 6 crianças corriam como loucas pela casa. Isso era um convite bom.

Villa la Angostura: um povo valente

Com o passar dos dias, comecei a lembrar da beleza que me encantou na cidade. As pessoas são a maior bênção de Villa, e os bravos que continuam lá me mostraram isso. Conversando com eles, vi que eu também, por todo amor que tenho por Villa, não poderia abandoná-los. E fomos ficando.

O Cerro Bayo estava realmente espetacular, no primeiro dia em que subimos, só fiquei observando os meninos no esquibunda, e fazia muito frio, me impedindo de ficar lá fora. No dia em que decidi esquiar o céu nos brindou com um dia ESPLENDOROSO: sem frio lá em cima, mas com uma neve deliciosa. PERFEITO.
Devo meus dias tranquilos lá a todos que me acompanharam, minha família: Bruno, Léo e Arthur, meus sogros Carminha e Lourenço, que sempre me surpreendem com sua capacidade de serem tão bons e não reclamarem nunca de nada, mesmo quando a situação é difícil.
Carla, Ugo, Luca e Enzo; Alê, Simarone, Pepo e Sofia, vocês também foram essenciais para que nossa viagem, apesar das cinzas, fosse tudo de bom!

Links relacionados


Você gosta do nosso blog? Então lembre-se de clicar nesses banners quando precisar reservar hotel ou alugar carro. Aliás, já coloca nos seus favoritos!!!

⇒ Booking do blog Atravessar Fronteiras

Não custa nada pra você é para o blog já é uma grande ajuda!

Booking.com

banner-horizontal-ebook-7passos

Conte pros seus amigos
Share