Villa la Angostura: onde meu coração está…
Demorei um pouco para chegar a uma região onde, certamente, meu coração vive. É a região de Bariloche e Villa la Angostura, o início da Patagônia Argentina. Quando eu era pequena, me impressionei com uma novela, Final Feliz, em que a mocinha Natália do Vale terminava nos braços do mocinho (quanto tempo isso hein?) José Wilker, em Bariloche. Naquela época, anos 80, Bariloche nem tinha virado ainda a Brasiloche de hoje em dia. Mas eu fiquei impressionada com a cidade, com o lugar. E queria porque queria conhecer…
Bom, em 2003, eu, Bruno, Xis e Lê colocamos Bariloche em nossa programação patagônica. A ideia era ficarmos por lá uns 3 dias e seguirmos para Pucón, no Chile. Quando chegamos ali, ficamos. Desistimos de Pucón e passamos uma semana em Villa la Angostura, que fica a 80km de Bariloche. Foi amor a primeira vista. Amor arrebatador. Arthur foi concebido ali (eu acho e fantasio que sim). Quando ele tinha um ano e pouco, voltamos. E já voltamos outras duas vezes, a última vez esse ano, já com o Léo, quando fomos pela primeira vez no verão, e amamos!!!
Bariloche, falando de arquitetura, não é uma cidade bonita. O centro não é arrumadinho, cada prédio tem um estilo… Só o Centro Cívico é legal.
Mas pense numa coisa linda: um lago majestoso, imenso, como o Nahuel Huapi. Bariloche, às margens desse lago, espremida entre o lago e as montanhas, que em boa parte do ano, estão cobertas de neve. Irresistível. O comércio em Bariloche é muito bom, mas o que mais me encanta mesmo é a natureza. Eu prefiro alugar um carro e ficar hospedada fora do centro – na Av. Bustillo, que margeia o lago. São centenas de pousadas, bangalôs, chalés de todos os preços e gostos, onde se pode acordar com aquela bela visão do Nahuel Huapi. Em 2006, eu e Bruno fomos estudar espanhol em Bariloche. Ficamos 6 semanas ali, vivendo como eles, amando muito tudo aquilo. Ficamos num bangalô simples, mas delicioso, o Bosque de Los Elfos. Estivemos lá agora esse ano, vi que mudaram os donos, mas os bangalôs continuam lá, à beira do Lago.
Comida – É também às margens do Nahuel Huapi que ficam as melhores opções de comida em Bariloche. O meu restaurante preferido é El Patacón, que fica próximo ao centro (coisa de 7km). É um restaurante chique, lindo, onde se come bem e não se paga tanto assim. Não comparado aos restaurantes chiques do Brasil.
Outro lugar onde sempre vamos muuuuuito é a Cervecería Blest, que já fica um pouco mais distante, no km 11 da av. Bustillo (o que quer dizer que fica a 11km do centro de Bariloche). Lugar despojado, com centenas de recados deixados por frequentadores, miniaturas de aviões, foguetes, trens penduradas no teto, uma lojinha gostosa dentro. A comida: pizza e cerveja artesanal. Pra que mais?
Outras opções são a Família Weiss, que é bem turística, bem no centro de Bariloche, também tem o Rincón Patagonico, que fica a 14km. Tem restaurante mexicano, o Dias de Zapata, tem opções para todos os gostos. Ah, e os chocolates… hummmm. Nem precisa falar nada, é só chegar e escolher uma das dezenas de opções… Ah, os alfajores… Eu sou viciada em alfajores, para mim, os melhores são da Abuela Goya. Mas é melhor provar todos e fazer sua própria escolha.
Clima – Bariloche faz frio quase o ano todo. Já fomos para lá em setembro, outubro e novembro, teoricamente, perto do verão. Mas o frio é muito. Nunca fui no inverno mesmo, mas dizem que chega a 20 graus negativos. Eu gosto de frio mas nem tanto. O frio de Bariloche é daquele em que não se pode sair sem gorro ou luva.
Mas esse ano, decidimos ir no verão. Fomos em março e eu fiquei simplesmente encantada! Não tinha neve em nenhum lugar, só no Cerro Tronador, mas o verão é muito bom. Já que a natureza é exuberante, é no verão em que se pode aproveitar mesmo todos os minutos do dia. Então entramos no lago (frrrrrio mesmo no verão), corremos nos gramados, passeamos sem casaco pelo centro, eu fiquei impressionada nos primeiros dias de usar bermuda em Bariloche.
Agora, em 2009, pegamos um voo direto da Tam de São Paulo para Bariloche. Nossa intenção era ficar em Angostura (calma, eu vou falar de angostura em posts seguintes), mas passamos 2 dias em Bariloche na ida e 3 na volta (o voo tem horário horrível, chega de madrugada e sai de madrugada). Na ida, ficamos num hotel legal, o Costas del Nahuel, ainda no centro mas na beira do lago… Era simples, mas a vista compensava por tudo… Na volta, optamos por uma opção também no centro, já que tínhamos ficado num lugar espetacular, em meio à natureza, em Angostura. Ficamos num hotel que não recomendo para ninguém: Hotel Aconcágua. A localização é boa, bem no centro. Mas o hotel é ruim, o banheiro, sério, acho que não mede 1m por 1m a área do banho. Eu nem conseguia dar banho direito nos meninos. Ruim demais.
O que fazer? – Eu recomendo subir alguns teleféricos para ter uma vista linda do local, espero que você não tenha medo. O Cerro Otto fica mais próximo ao centro, em cima tem uma cafetería giratória. Na época do inverno, dá para descer de trenó e outras coisas da estação. É muito legal, mas prepare-se para sentir frio. O cerro Campanário fica bem mais longe, mas a vista é – dizem muitos viajantes – a mais bonita do mundo. Eu concordo. Só indo para ver aquele lago contrastando com as montanhas. ESPETACULAR.
Nunca esquiamos em Bariloche, mas sei que o Cerro Catedral é uma opção incrível de esqui.
Fomos ao Cerro Tronador, um passeio que dura o dia todo. Quando fomos, em Setembro, tinha tanta neve que não conseguimos chegar aos pés do tronador, colocamos o Arthur na mochila e saímos caminhando na neve. Passeio imperdível.
Passear pelo lago também é muito bom. Tem um passeio que todos fazem, mas vale muito a pena, vai para Isla Victoria e Bosque de Arrayanes (já em Angostura). O passeio é delicioso, e você ainda sai do porto em frente ao hotel Llao llao, ponto turístico de Bariloche, quando eu crescer que ficar hospedada ali.
Por enquanto é só. Não dá para falar tudo de Bariloche num só post. Se você tiver alguma dúvida ou quiser mais dicas, faz um comentário, ok?